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Melatonina, o hormônio do sono




A melatonina é uma indolamina endógena (1), produzida e liberada à noite pela glândula pinel, que atua seguindo o ritmo circadiano, com ação na regulação do sono e parece ter relação com efeitos anti-inflamatórios (2).

Os níveis dessa substância reduzem com o envelhecimento, dessa forma idosos são mais propensos a distúrbios do sono, e além disso, a luz inibe a liberação desta substância, independente da idade.

Uma meta-análise publicada em 2021 (1) avaliou os efeitos da melatonina como suplemento, tanto em modo de liberação prolongada quanto o clássico, sobre a qualidade do sono, observando uma melhora significativa em grupos com doença respiratória, desordens metabólicas e/ou distúrbios do sono. Porém, nos grupos com transtornos mentais, doenças neurodegenerativas e outras doenças, como cirrose ou uso de álcool, não teve efeito significativo.

Melatonina como adjuvante no processo anti-inflamatório crônico


Sabemos que a inflamação crônica está no cerne de diversas patologias, como a doença arterial coronariana, obesidade, síndrome metabólica, entre outras.

Levando em consideração possíveis ações anti-inflamatórias da melatonina exógena em modelos animais, uma outra meta-análise realizada por pesquisadores da Universidade da Califórnia (UCLA)(2) publicada em 2021, buscou avaliar ensaios clínicos (vale ressaltar que ainda temos poucos estudos desse tipo) analisando essa mesma ação anti-inflamatória em humanos, em grupos populacionais diversos. Demonstrou-se uma ação estatisticamente significativa da melatonina sobre IL-1, IL-6 e IL-8, bem como sobre proteína C reativa, porém não sobre fator de necrose tumoral (TNF).

Devemos ter em mente que os próprios distúrbios do sono (a própria privação do sono) aumentam a inflamação sistêmica, portanto pode existir benefício na suplementação de melatonina em pacientes com insônia e distúrbios inflamatórios crônicos, bem como em idosos. Importante lembrar que a melatonina é relativamente segura (3) quando comparada a outras medicações utilizadas para insônia, sendo benéfica nos grupos citados anteriormente, quando pensamos na redução de possíveis interações medicamentosas devido à polifarmácia.



Referências Bibliográficas:

1. Fatemeh, G., Sajjad, M., Niloufar, R., Neda, S., Leila, S., & Khadijeh, M. (2021). Effect of melatonin supplementation on sleep quality: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Journal of Neurology. doi:10.1007/s00415-020-10381-w 


2. Cho, J. H., Bhutani, S., Kim, C. H., & Irwin, M. R. (2021). Anti-inflammatory effects of melatonin: A systematic review and meta-analysis of clinical trials. Brain, Behavior, and Immunity, 93, 245–253. doi:10.1016/j.bbi.2021.01.034 


3. Foley, H. M., & Steel, A. E. (2018). Adverse events associated with oral administration of melatonin: A critical systematic review of clinical evidence. Complementary Therapies in Medicine. doi:10.1016/j.ctim.2018.11.003



 
 
 

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